Opositor é morto durante comício na Venezuela

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O secretário-geral do partido Ação Democrática no estado venezuelano de Guárico, Luis Manuel Díaz, de 44 anos, foi assassinado a tiros na noite desta quarta-feira (25). Segundo testemunhas, na hora do crime ele fazia um comício eleitoral e dividia o palanque com Lilian Tintori, esposa do líder da oposição Leopoldo López, em Altagracia do Orituco, região central da Venezuela. O assassinato acontece no momento em que a oposição venezuelana é apontada pela maioria das pesquisas como favorita nas eleições legislativas de 6 de dezembro.

Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

Luis Manuel Díaz chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A direção da Ação Democrática, um dos partidos mais tradicionais da oposição venezuelana, acusa diretamente o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro, pelo crime. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) aponta o governo como responsável por “semear o ódio” na campanha eleitoral. Em um comunicado, a MUD pediu à Organização dos Estados Americanos (OEA), às Nações Unidas, União Europeia e até ao Vaticano que “exijam do governo nacional e do PSUV a rejeição pública do uso da violência como arma política”.

A esposa de Leopoldo López, opositor detido em setembro do ano passado e condenado a 13 anos de prisão, afirma que o assassinato de Díaz foi um ato contra ela. Lilian Tintori informou que, no mesmo dia do comício, o avião no qual ela viajou até Altagracia sofreu uma tentativa de incêndio e que ela ficou retida em um aeroporto venezuelano.

Condenação da Unasul

A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) reagiu rapidamente e divulgou um comunicado rejeitando toda e qualquer violência eleitoral. A missão da entidade, enviada à Venezuela desde a semana passada para acompanhar as eleições, também pediu uma ” investigação exaustiva deste ato condenável, com o objetivo de evitar a impunidade”.

O presidente da Assembleia Nacional, número dois do chavismo, e candidato ao parlamento venezuelano, Diosdado Cabello afirmou que o assassinato de Diaz foi uma “montagem” da oposição.

Nas últimas semanas, a oposição denunciou vários incidentes que envolveram seus dirigentes, entre eles o ex-candidato à presidência Henrique Capriles, que relatou um ataque armado contra ele por simpatizantes do governo. No último domingo (22), o ato eleitoral do candidato opositor Miguel Pizarro em Petare, em uma região popular de Caracas, foi esvaziado por homens armados que usavam camisas do partido chavista.

Os venezuelanos votam no próximo dia 6 de dezembro para escolher os 167 deputados da Assembleia Nacional, controlada pelo chavismo há 16 anos. De acordo com várias pesquisas eleitorais, a coalizão de oposição MUD lidera as intenções de voto com uma vantagem de 14 a 35 pontos, mas o presidente Nicolás Maduro afirma ter um “voto firme” de 40% do eleitorado.

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