Corpos de mortos em chacina chegam em Colniza para exames

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Welington Sabino/ GD






Chacina foi praticada numa região de conflitos agrários

Os corpos dos 9 homens assassinados numa chacina envolvendo disputa por terras na zona rural de Colniza, numa localidade de difícil acesso, chegaram ao Município na manhã deste sábado (22) onde vão passar por exames. O translado foi realizado num caminhão. Os cadáveres, ainda sem identificação, foram levados para uma sala do cemitério da cidade onde serão submetidos aos procedimentos de necropsia numa base improvisada.

Até o momento, a Polícia só confirmou que entre as vítimas existem 3 homens que eram moradores do estado de Rondônia e outros 3 moradores da localidade conhecida como Guariba, um distrito do município de Colniza. Entre os mortos está um pastor de uma igreja evangélica. No cemitério, dezenas de curiosos se aglomeram para saber detalhes sobre o caso que já ganhou repercussão nacional e vem sendo acompanhado por diversos veículos de comunicação.

Integrantes de forças policiais que foram deslocadas para Colniza foram os responsáveis pelo transporte dos corpos desde a madrugada deste sábado. Também foram enviados para o Município 3 peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para ajudar na identificação dos corpos.

A chacina foi praticada por homens encapuzados que chegaram no assentamento onde vivem cerca de 100 famílias e na quinta-feira (20) e efetuaram diversos disparos contra as vítimas. Até o momento, ninguém foi preso. A Polícia Civil já tem uma linha de investigação que prefere não divulgar detalhes nesse momento.

O ataque teve como alvo o assentamento da Gleba Taquaruçu do Norte, distante cerca de 250 km do perímetro urbano de Colniza, localidade onde as famílias sobrevivem da agricultura de subsistência na área de conflito agrário. Conforme informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), os assassinos estavam encapuzados no momento do ataque. Em 2011, o local já foi palco da expulsão de cerca de 700 famílias.

Em nota, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetragri-MT) cobrou providências às autoridades competentes sobre a chacina e lamentou o agravamento do clima de tensão na região. Destacou que em 2014, um casal foi assassinado na mesma região, por conflitos agrários e até o momento, o assassinato do casal não foi solucionado, o que preocupa a entidade. A Federação cobra apuração dos fatos e a severa punição aos responsáveis pelos crimes, para evitar que outros casos ocorram em outras regiões do estado.

A entidade também lamentou o que classifica como falta de compromisso e responsabilidade das autoridades estaduais e federais em resolver os conflitos agrários em Mato Grosso, o que acaba prejudicando e ceifando vidas de trabalhadores e trabalhadoras rurais no estado. 

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