Madeireiro é apontado como mentor de chacina

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Silvana Ribas/GD


Justiça aceita denúncia contra cinco acusados de participação na chacina que deixou 9 mortos em gleba, na região de Colniza (1.065 km a Noroeste). O magistrado Ricardo Frazon Menegucci ainda decretou a prisão preventiva do madeireiro Valdelir João de Souza, conhecido como “Polaco Marceneiro”, apontado como o mandante do crime.

Dos cinco denunciados, Valdelir e Moisés Ferreira de Souza, vulgo Sargento ou Moisés do COE, continuam foragidos. Já estão presos Pedro Ramos Nogueira, o “Doca”, funcionário de Valdelir, Paulo Neves Nogueira, Roaldo Dalmoneck, o “Sula”.

Os 5 foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado (mediante paga, tortura e emboscada), da chacina que resultou na morte de nove pessoas, no dia 19 de abril, na Linha 15, na localidade de Taquaruçu do Norte. As vítimas foram torturadas e mutiladas a golpes de facão e atingidas por armas de fogo.

Divulgação PJC

Vítimas foram amarradas e torturadas e corpos mutilados

Em seu despacho o magistrado aponta que: “em relação ao crime de constituição de milícia privada, os indícios de autoria e a prova da materialidade são aferidos por meio dos mesmos depoimentos, os quais apontam que, em tese, o Sr. Valdelir, em conjunto com os demais réus, praticava violência contra as pessoas que estavam na região a fim de garantir a exploração de uma atividade econômica. Reporto ao fato de que os réus cruelmente torturaram as vítimas dos homicídios, com o intuito de deixar uma mensagem bem clara para quem contrariasse os desígnios do grupo. Tal mensagem por si só já seria o bastante para intimidar as testemunhas.”

O advogado Ricardo Spinelli, defende os interesses de Valdelir João de Souza, proprietário das empresas GA Industria Madeireira e Cedroarana Ltda.

Segundo ele o cliente é sócio fundador de tais empresas, estando a frente há mais de 15 anos, “onde nunca compactuou com qualquer tipo de ilícito, sempre agindo dentro da lei e nunca tendo respondido a processo de qualquer natureza”.

Esclarece que as empresas têm como atividade a exploração de manejos florestais, com unidades em Mato Grosso e Rondônia, onde geram inúmeros empregos, sempre procedendo com o recolhimento do tributo respectivo, inclusive com controle rígido de suas atividades, nunca se furtando a qualquer encargo ou responsabilidade, seja de cunho moral ou profissional.

Assegura que os fatos ventilados não correspondem com a verdade, acreditando seriamente que tudo será devidamente esclarecido, dentro do devido processo legal, afirmando pela inocência de Valdelir, pois não cometeu qualquer tipo de infração.

As vítimas executadas pelo bando denominado “os encapuzados” são: Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.

O grupo de extermínio percorreu aproximadamente 9 km praticamente toda a extensão da Linha 15 – onde foram matando, com requintes de crueldade, todos os que encontraram pelo caminho. 

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