Coronel foi cobrado por reforma da casa da filha de Temer

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A cópia de um e-mail encontrado pela Polícia Federal na casa do coronel João Baptista Lima Filho, amigo de longa data do presidente Michel Temer, indica que ele pode ter cuidado de despesas da reforma da casa de Maristela de Toledo Temer, filha do presidente, feitas entre 2014 e 2015.

O coronel, que trabalhou com Temer quando ele foi secretário de Segurança Pública de São Paulo nos anos 80, entrou na mira da Operação Lava Jato a partir da delação da JBS — ele é investigado no mesmo inquérito aberto contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) por ser uma espécie de laranja do peemedebista. O executivo e delator da JBS Ricardo Saud contou aos procuradores que mandou entregar 1 milhão de reais em espécie na sede de uma das empresas do “Coronel Lima”, como ele é conhecido, na reta final da campanha de 2014. O valor era parte da soma de 15 milhões de reais acertada com o presidente.

O conteúdo do e-mail foi revelado em reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicadanesta quinta-feira. Na mensagem, o arquiteto Luiz Visani, da Visani Engenharia, cobra da mulher do coronel, Maria Rita Fratezi, o pagamento total de 44.394 reais.” Segue a previsão de pagamentos deste mês”, diz Visani, listando em seguida três itens: “1. Mão de obra R$ 26.610,00; “2. Reembolso de material R$ 14.501,70”; “3. Complemento 5 de setembro/14 R$ 3.282,72”.

Maria Fratezi é arquiteta na empresa da qual o seu marido é proprietário, a Argeplan. O papel com a mensagem estava rasgado e foi localizado no apartamento do coronel, que foi alvo de mandado de busca e apreensão na Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio.


Reportagem de VEJA já havia revelado no início do mês parte do conteúdo de documentos e papeis encontrados nos endereços do coronel pela PF. Um deles parecia ser um recibo também relacionado à reforma da casa de Maristela Temer. O documento foi expedido por uma marcenaria de Garça, cidade do interior de São Paulo, que forneceu à obra portas e batentes de madeira maciça. VEJA localizou o dono da empresa, Marcos Lourenço, que assina o documento. Ele diz que, embora o recibo tenha sido emitido em nome da filha do presidente, o pagamento foi feito pela empresa do coronel Lima. “Eu conheço o coronel há tempos. Foi a empresa dele que me pagou”, disse. O pagamento foi dividido em várias parcelas – a sétima, registrada no recibo, tinha o valor de 5 500 reais.

O fato de o coronel ter feito o pagamento não significa necessariamente que estivesse bancando as despesas do próprio bolso, mas é justamente isso que os investigadores da Lava Jato pretendem esclarecer.

Na época, VEJA chegou a perguntar ao presidente se ele ou sua família tinham algum tipo de relação financeira com o coronel. Temer respondeu que não e que, no máximo, recorria à ajuda dele para consertos domésticos — um cano furado, um problema na fiação elétrica — e sempre pagou pelos serviços.

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