VAI PARA CAMPO GRANDE Agentes prisionais se recusam a receber militar envolvido em grampos

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Karine Miranda/GD


Agentes do Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger (34 km ao Sul de Cuiabá) se recusaram a receber o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, preso sob a acusação de participar do esquema de interceptações ilegais. A recusa motivou o pedido de transferência para o presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS), feito pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri.


Otmar de Oliveira

Agentes prisionais se recusam a receber militar envolvido em grampos, segundo desembargador Orlando Perri

Gerson estava preso desde maio no quartel do Batalhão das Ronda Ostensivas Tático-Móvel (Rotam). Ele é acusado de ser o responsável por fazer relatórios falsos de grampos militares executados por meio da modalidade “barriga de aluguel” – e que teriam vitimado centenas de pessoas, entre políticos, médicos, empresários, jornalistas e um desembargador aposentado.

No entanto, há denúncias de que ele obtinha regalias enquanto estava na Rotam. Ele teria deixado a prisão para ir até a Boate Crystal, frequentada por garotas de programa de Cuiabá. Além disso, ele teria acesso irrestrito a computadores, e celulares, inclusive para tratar de assuntos particulares, como cobrança de dívidas.


Por isso, o desembargador Orlando Perri determinou a transferência do cabo para o presídio militar de Santo Antônio do Leverger na noite de terça-feira (25), para que ele fosse mantido em cela separada dos demais condenados.

Porém, os agentes do local se negaram a receber o militar sob a alegação de que a permanência do militar na unidade poderia resultar em “instabilidade na segurança da cadeia e possibilidade de risco para a integridade física e mental do detento”, diz trecho da decisão.

Conforme o desembargador Orlando Perri, os agentes apresentaram argumentos “frágeis” para se recusarem a receber o militar. Um deles é de que o cabo atuou por 12 anos no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), porém, não apontou risco concreto à segurança do cabo Gerson.

“De todo modo, por mais que o diretor da CP Santo Antônio do Leverger – MT não tenha comprovado, de maneira satisfatória, o efetivo risco à integridade física do CB PM Correa, entendo que insistir em sua transferência àquele estabelecimento prisional, neste momento, ou seja, à revelia do diretor do Presídio, poderia, sim, ensejar sérios e concretos perigos à pessoa do preso provisório”, disse o desembargador.

Diante da negativa do presidio e das supostas regalias que Gerson obtinha na Rotam, determinou a transferência para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) e oficializou o presídio federal de Mato Grosso Sul para que disponibilize uma vaga na prisão, para que haja transferência do militar.

Além da vaga de Gerson, o desembargador solicitou ao Sistema Penitenciário Federal sete vagas em presídios de segurança máxima para eventuais presos por participação no esquema de escutas clandestinas no âmbito da Polícia Militar.

Foram presos até o momento por participação nos grampos, os três coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barro, o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Euclides Torezan, sendo que os dois últimos já foram soltos.

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