EUA investigam contas de operador que indicou pagamentos ao PT

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O Departamento de Justiça (DJ) dos EUA investiga transações bancárias realizadas pelo engenheiro Zwi Skornicki, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas do esquema Petrobrás.

Em um documento obtido pelo Estado, o DJ solicita às autoridades suíças colaboração para investigar contas e depósitos realizados por Skornicki à Bay Island Corporation, com sede nas ilhas Cayman, além de uma empresa offshore utilizada pelo operador. De acordo com o texto, Skornicki teria tratado de valores ilícitos com o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera Renato Duque. Segundo Skornick, 50% da propina sobre contratos da Petrobrás “iam para o partido”, numa referência ao PT.

Skornicki ainda teria intermediado propinas do estaleiro Keppel Fels para Barusco, Duque e o PT. Entre os bancos suíços utilizados estariam o Lombard Odier, com valores de US$ 4 milhões. Outro banco utilizado na Suíça seria o Delta. Nos EUA, o foco é o Citibank.

“As autoridades requerentes (EUA) investigam sobre os atos de corrupção e lavagem de dinheiro que poderiam ser cometidas com relação às condições de atribuição de contratos públicos por parte da empresa brasileira Petrobrás”, indica o documento. De acordo com os americanos, a partir de 2003, intermediários teriam pago milhões em contas de ex-diretores e funcionários brasileiros com vistas a “conseguir contratos com a Petrobrás”.

“As autoridades requerentes (EUA) indicam que fundos ligados com as investigações nos EUA teriam transitados por contas na Suíça”, alerta o documento.

As investigações ainda demonstraram que, após a deflagração da primeira fase da Lava Jato, Skornicki abriu a conta Sunshine, nr. 1014029, em nome da offshore Bay Island, no Itau Suisse. A empresa, criada em 2013, teve todas suas ações transferidas para o operador e sua esposa, em 2014.

Berna deu um sinal verde para enviar os documentos aos americanos. Mas advogados de Skornicki entraram com recursos, o que adiou uma decisão final até junho deste ano, quando o Tribunal Penal Federal da Suíça derrubou qualquer tipo de bloqueio ao envio dos dados.

HISTÓRICO

No ano passado, em sua declaração ao juiz federal Sérgio Moro, Skornicki afirmou ter pago US$ 4,5 milhões ao casal de marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura, entre 2013 e 2014, também na Suíça. Ele ainda revelou a existência de uma conta-corrente por meio da qual repassava valores ilícitos a ex-dirigentes da Petrobrás e a credores do PT por indicação do então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Skornicki também afirmou que “acertou” os repasses diretamente com Vaccari – preso e já condenado na Lava Jato.

Em julho de 2016, o casal declarou a Moro ter recebido US$ 4,5 milhões relativos a dívida da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Mas Skornicki alegou que “não sabia” que o dinheiro que ele havia depositado na Suíça tinha uma relação com a campanha.

Segundo ele, foi o então tesoureiro do PT quem indicou o nome de Mônica Moura que pagasse a ela parte da propina. Mônica, por sua vez, indicou a ele a conta Shellbill para receber o dinheiro. Ele afirmou que os US$ 4,5 milhões que entregou aos marqueteiros de Lula e Dilma tiveram origem em “propina da Petrobrás”.

DEFESAS
Após o depoimento de Skornicki a Moro, a presidente afastada da República Dilma Rousseff afirmou em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, que não autorizou pagamento de caixa 2 a ninguém durante sua campanha. “Na minha campanha eu procurei sempre pagar valor que achava que devia. Se houve pagamento (de caixa 2), não foi com meu conhecimento”, comentou.

O PT também reagiu à época: “Todas as operações do Partido dos Trabalhadores foram feitas dentro da legalidade. As contas da campanha eleitoral de 2010 foram inclusive aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Também em julho, o advogado Luiz Flávio Borges D’urso contestou as acusações contra Vaccari, seu cliente. “Isso (as afirmações de Zwi Skornicki, Mônica Moura e João Santana perante o juiz Sérgio Moro) é palavra ou de delator ou de alguém que já está negociando delação. Portanto, coloco no mesmo plano. Isso depende de provas, caso contrário não vai passar de mera informação trazida por delatores. E prova não será obtida porque isso não reflete a verdade.”

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