Pecuaristas de MT não comentam impactos no setor com prisão dos irmãos Batista

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Keka Werneck/GD




Entidades que representam o setor pecuário e de frigoríficos em Mato Grosso não quiseram comentar os impactos no mercado da carne local com as prisões dos irmãos Joesley Batista, no domingo (10), e agora Wesley Batista, da holding J&F, que controla a JBS/Friboi. Wesley foi preso nesta quarta-feira (13).



A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) emitiu nota informando que “não se manifestará sobre desdobramentos políticos de grupos empresariais que atuam na cadeia produtiva da pecuária de corte”.
A JBS, maior processadora de carnes do mundo, responde por 51% do abate no Estado e portanto é também maior compradora de gado em Mato Grosso, que, por sua vez, possui o maior rebanho do país – 29,6 milhões de cabeças. Da JBS, são 16 plantas frigoríficas instaladas e 11 ativas em diferentes municípios mato-grossenses.

Já o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigorífico de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Freitas, procurado pelo Gazeta Digital, ficou de retornar para tratar do assunto, mas não se posicionou até o fechamento desta matéria.

Tanto na Acrimat, quando no Sindifrigo, o setor esteve reunido nesta manhã, para analisar o cenário político e os riscos disso afetar o mercado local, nacional e internacional, uma vez que a holding J&F, da JBF, tem negócios em diversos países.


De fato isso ocorreu, como apurou o
 Gazeta Digital. Duas plantas começaram a funcionar desde maio, quando foi firmada a delação premiada de Joesley e o nome dele ganhou destaque na mídia nacional. Uma planta fica em Mirassol D´Oeste (300 Km a Oeste de Cuiabá), do Grupo Minerva, e outra em Nova Xavantina (645 Km a keste da Capital), do Grupo Marfrig.Economista especialista em mercado internacional, Carlos Theobaldo de Souza, professor universitário em Cuiabá, acredita que as complicações criminais dos irmãos Batista podem, na verdade, abrir espaço para outros empresários em Mato Grosso.

Desde então, a JBS tem comprado gado a prazo de 30 dias. Os proprietários recebem uma nota promissória e vão ao banco da própria empresa que adianta o pagamento. De acordo com informações de pecuaristas, os pagamentos, de fato, estão sendo honrados desta forma.

Para o professor Carlos Theobaldo, pela dimensão da empresa, a JBS não deve sofrer descontinuidade administrativa de imediato. “Por isso falar em falência e de desemprego, por exemplo, é muito prematuro”, ressalta.

Ele compara o momento atual ao da Operação Carne Fraca, que parecia ser a derrocada do setor, mas dias depois as atividades voltaram à normalidade. No entanto, para Theobaldo, os pecuaristas devem abrir negociações com outros clientes, neste momento de crise da JBS.

“Sim, porque fica sempre a dúvida, será que vão pagar, e até quando, ou será que não vão pagar. Isso pode elevar mais o preço da arroba, porque a tendência é procurar clientes de maior confiança”, especula.

Para o consumidor, na opinião dele, o preço da carne nos mercados e açougues deve ficar estável.

“Precisa esperar mais, acompanhar os desdobramentos no Judiciário. O que acho muito provável de acontecer com a holding é ter que vender empresas como a Vigor, coisa que já fez, e as Havaianas, por exemplo, que também é do grupo, pode ser vendida, para terem dinheiro para pagar multas judiciais”, comenta.

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