A manobra do PSDB e por que o relator da denúncia contra Temer continua

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Em uma manobra para diminuir o constrangimento dentro do partido, mas manter o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) como relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, tucanos e deputados da base colocaram Bonifácio em uma vaga do PSC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Nesta quinta-feira, após reunião com o presidente em exercício da legenda, senador Tasso Jereissati (CE) e com Andrada, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP) tirou o relator da vaga que tinha como suplente no colegiado.

Isso porque o partido estava constrangido em relatar a denúncia contra Temer. Desde a divulgação de informações da delação da JBS que comprometem o presidente, o PSDB se dividiu sobre o apoio ao governo, onde ocupa quatro ministérios. Na primeira denúncia, foram 21 votos contra o presidente e 22 para barrar as investigações dentro da bancada.

Diante do impasse, para o deputado continuar na relatoria, outro partido da base teve que ceder a ele uma vaga na CCJ. Na tarde desta quinta, o líder do PSC, deputado professor Victório Galli (MT) retirou o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da vaga de suplente, para Andrada entrar.

“A solução encontrada acabou selando um acordo que viabiliza o que ele pretende, que é ser o relator, e não o coloca à frente do PSDB nesse projeto”, afirmou Tripoli a jornalistas. “Isso unifica a bancada”, completou.

Na votação da primeira denúncia contra Temer, em agosto, pelo crime de corrupção passiva, Andrada votou contra o prosseguimento do processo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), responsável pela escolha da relatoria afirmou que a decisão “teve critérios próprios e já amplamente divulgados, sem motivação partidária”.

A previsão é que o parecer seja apresentado na próxima terça-feira (10) no colegiado e votado no dia 17 de outubro. De lá, segue para o plenário, onde são necessários 342 para afastar o presidente. Temer é acusado de obstrução à Justiça e de comandar uma organização criminosa. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria de Governo) também são alvos da denúncia.

A defesa de Temer afirma que o autor da denúncia, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “almejava ardentemente” derrubar o presidente e que as acusações são infundadas.

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