Cabo Gerson acusa Paulo Taques de ‘financiar’ esquema de grampos

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Karine Miranda/GD


Otmar de Oliveira

Paulo Taques está preso em Cuiabá

O ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, é acusado de ter pago R$ 50 mil para bancar despesas do esquema de escutas clandestinas operado no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso. O pagamento teria sido feito ao ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Ferraz Lesco, durante a campanha eleitoral de 2014. 

A acusação foi feita pelo cabo da PM Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, réu em ação penal e investigado em inquérito que apura o esquema de grampos telefônicos ilegais, durante interrogatório prestado aos delegados Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner, na segunda-feira (16). Taques e Lesco estão presos em Cuiabá desde o dia 27 de setembro. Por sua vez, o cabo Gerson já contabiliza 4 meses de prisão.

Alan Cosme/Hipernotícias

Gerson acusa Paulo Taques de ter pagado R$ 50 mil para montar esquema de grampos

O documento com as acusações foi encaminhado ao desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, relator do inquérito relativo aos grampos e responsável por encaminhar toda a documentação ao Superior Tribunal de Justiça.

Conforme documento, Gerson afirmou que tinha conhecimento de que Paulo Taques havia auxiliado financeiramente o coronel Lesco para custear as despesas do esquema. Ele, porém, não cita para onde foram os recursos.

Durante o inquérito militar, Lesco admitiu ser o responsável pela aquisição do equipamento de interceptação telefônica, cuja nota fiscal teria sido emitida em seu próprio nome.


“Dentre as informações trazidas, consta a revelação de pagamento de R$ 50 mil pelo investigado Paulo Taques, para o também investigado cel. Evandro Lesco, para bancar as despesas das interceptações ilegais iniciadas durante a campanha para o Governo de Mato Grosso, em setembro de 2014”, cita trecho do documento.

Gerson assegurou também que ouviu de Paulo Taques que o interesse nas interceptações ilegais era “estritamente político”. O esquema teria vitimado centenas de pessoas, entre políticos, médicos, empresários, jornalistas e um desembargador aposentado.

“Revelação de que os “alvos políticos” eram adversários do então candidato ao Governo do Estado de Mato Grosso, José Pedro Taques”, diz o documento.

Ainda segundo o cabo, todos os nomes dos indicados para serem interceptados eram passados pelo ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa, que era “quem comandava toda a operação desde o seu início”, segundo Gerson.

O cabo era o responsável por fazer relatórios falsos de grampos militares. Ele está preso desde maio, assim como o coronel Zaqueu. Ambos foram os únicos presos, desde que se iniciou a investigação, a não obterem liberdade.

Já foram presos e soltos os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, o tenente-coronel Januário Batista, cabo Euclides Torezan e Paulo Taques. Porém, Taques e Lesco permanecem presos em virtude de um segundo pedido de prisão. 

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