Marchas e protestos pelo Brasil para lutar contra o ódio e o feminicídio

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Em São Paulo, a manifestação terá concentração a partir das 16h na Praça Oswaldo Cruz, no início da avenida Paulista. A marcha irá até o Escritório da Presidência, que fica no final da avenida, próximo à rua da Consolação. No Rio de Janeiro, a concentração é também a partir das 16h, na Praça da Candelária. Em Belo Horizonte, a concentração é no mesmo horário na Praça da Assembleia. Em Brasília, o ato será a partir das 13h no Museu da República. Há atos em dezenas de outras cidades, convocados pelas redes sociais. Além das pautas feministas, foram incluídos temas mais genéricos como a defesa da Previdência e a oposição ao Governo Michel Temer.

No mundo, movimentos de muitos países estão convocando uma greve geral neste 8 de março. Na Espanha, a convocatória ganhou força inédita e converteu o país no único caso onde a mobilização foi encampada por sindicatos. As funcionárias do EL PAÍS na sede em Madri e em escritórios pelo mundo, inclusive no Brasil, decidiram paralisar a jornada por 24 horas para chamar atenção para uma pauta que inclui a paridade de gênero nos cargos de chefia e o fim da diferença salarial por conta de gênero.

Mais trabalho, menos dinheiro

A diferença salarial não é um problema de uma categoria. Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou dados apontando que as desigualdades de gênero ainda são uma realidade muito presente na vida das brasileiras. De acordo com o levantamento, as mulheres ainda ganham, em média, 76,5% do que ganham os homens. Apesar da diferença, a margem histórica mostra que isso vem, aos poucos, diminuindo. Em 2012, o rendimento das mulheres era 73,7% dos homens.

No documento é afirmado que “vários fatores” contribuem para as diferenças salariais. Dentre eles, o maior tempo dedicado aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, 73% a mais do que os homens em 2016. No Nordeste, esta diferença chegou a 80%. “Isso explica, em parte, a proporção de mulheres ocupadas em trabalhos por tempo parcial, de até 30 horas semanais, ser o dobro da de homens”, diz o texto. A pesquisa ainda mostra que, se combinadas as horas de trabalhos remunerados com as de cuidados e afazeres, a mulher trabalha, em média, 54,4 horas semanais, contra 51,4 dos homens.

Além de trabalhar mais, as mulheres ainda têm, em média, maior escolarização, o que deveria conter a disparidade salarial. Em 2016, 37% dos homens estavam em situação de atraso escolar no Ensino Médio contra 26,5% das mulheres. Já no âmbito universitário, 21,5% das mulheres entre 25 e 44 anos tinham completado a graduação, contra 15,6% dos homens.

A presença de mulheres ocupando cargos de chefia ainda segue distante, se comparada à dos homens. Apenas 38% dos cargos gerenciais são ocupados por elas. Esse percentual alimenta o chamado teto de vidro ou glass ceiling, que ocorre quando a mulher tem a escolarização necessária ao exercício da função, consegue enxergar até onde poderia ir na carreira, mas se depara com uma espécie de barreira invisível que a impede de chegar lá.

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