Nininho se diz vítima e afirma que cheque era empréstimo de factoring

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Celly Silva e Karine Miranda GD


O deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), conhecido como “Nininho”, afirmou ser uma vítima do esquema de desvios de recursos operado no Departamento de Trânsito (Detran), investigado durante a Operação Bereré, em fevereiro. Ele é interrogado no Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na tarde desta segunda-feira (2). Veja o vídeo ao final da matéria.

Nininho é acusado de ter recebido dinheiro desviado do esquema no Detran, que consistia no pagamento de propina pela empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda a diversas empresas de fachada ligadas a parlamentares.

Chico Ferreira

Nininho se diz vítima de esquema no Detran

Além dele, são investigados os deputados estaduais Mauro Savi e Eduardo Botelho (ambos do DEM), José Domingos Fraga (PSD), Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB) e Romoaldo Júnior (PMDB). O caso veio à tona após a delação premiada ex-presidente da autarquia, Teodoro Moreira Lopes, conhecido como Doia.

De acordo com Nininho,  seu ex-assessor Tscharles Tschá fez o depósito de um cheque no valor de R$ 1 mil em sua conta corrente sem  que ele soubesse que se tratava de dinheiro oriundo do esquema. “Trata-se de um fato que ocorreu aonde envolveu mais de 200 vítimas da circulação desses recursos e eu, como muito dos outros, foi vitima de ter passado R$ 1 mil pela minha conta e agora eu vou esclarecer”.

Tscharles Tschá, segundo o deputado, teria emprestado  aproximadamente R$ 6 mil de uma factoring para pagar “contas corriqueiras”, sendo que R$ 1 mil ele transferiu da conta dele para a do parlamentar. Tscharles também é acusado de participar de outro esquema de desvios de recursos, investigado na Operação Convescote.

“Não sabia de esquema de Detran. Foi empréstimo que foi pego pelo meu chefe de gabinete de uma factoring. Ao invés de passar os recursos, passaram cheque de terceiros que infelizmente fazia parte desse esquema”.

O cheque de R$ 1 mil foi recebido em 2014 do então sócio da Santos Treinamento, Claudemir Pereira, cuja empresa também é investigada. “Quando precisa, você recorre ao empréstimo, como a maioria dos comerciantes e empresários sabem, foi o que ocorreu comigo. (…) Fiquei sabendo pela mídia e fiquei surpreso com meu nome por causa de R$ 1 mil”, completou.

Ainda segundo o deputado, não há documentos que comprovam tais afirmações, porém, ele acredita no que foi afirmado por seu ex-assessor. “Você pega nota fiscal de factoring? (…) Eu não tenho documento nenhum. Coisa de 2013, 2014, nem conhecimento eu não tinha. Uma coisa é ser acusado, outra coisa é você ser cumplice. Quem administrava minha conta era ele (Tscharles)”, encerrou.

Tscharles deixou o cargo que ocupava na Assembleia Legislativa e atualmente atua na concessionária Morro da Mesa, de propriedade da família do deputado.

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