Zé Domingos ‘some’ e assessor se diz vítima em esquema no Detran – veja vídeo

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Celly Silva/ GD


Previsto para ser ouvido pelos promotores do Grupo de atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta terça-feira (10), o deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) faltou pela 2ª vez ao interrogatório no qual deveria prestar esclarecimentos sobre o esquema de corrupção e propina no Departamento Estadual de Trânsito (Detran, apurado no âmbito da operação Bereré.

Widson Maradona/ALMT

Deputado José Domingos Fraga não foi localizado pelo Gaeco

Na semana passada, ele enviou um atestado médico e pediu a redesignação da data da oitiva, que ficou para esta terça, às 10 horas. Já por volta de 10h30, os jornalistas que estavam na sede do Gaeco foram informados de que o parlamentar não foi localizado em Cuiabá para ser intimado a depor.

A assessoria de imprensa de Fraga informou que também não conseguiu contato com o deputado e não soube dizer onde ele se encontra.

O deputado seria interrogado a respeito de um valor de R$ 100 mil que seu assessor Jorge Batista da Graça afirmou ao Gaeco que recebeu dele e usou para pagar despesas do parlamentar, entre os dias 3 e 6 de fevereiro de 2014. Os valores foram depositados em duas vezes de R$ 50 mil, em cheques assinados por Claudemir Pereira dos Santos, um dos sócios da Santos Treinamentos, uma das empresas também investigadas, suspeita de prestar serviço fictício para a FDL Serviços com o objetivo de “maquiar” o repasse de propinas a políticos.

Quem compareceu e foi interrogado foi o servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) Luiz Fernando da Silva Flamínio, que aparece na investigação como destinatário de um cheque no valor de R$ 5 mil, depositado em sua conta bancária no dia 10 de outubro de 2014. O cheque era assinado pelo investigado Claudemir Pereira dos Santos.

Reprodução

Fac-símile da denúncia da operação Bereré

Ao deixar o Gaeco, Luiz Fernando disse aos jornalistas que não se lembra do que se tratava o cheque que recebeu há 4 anos e nem o destino que foi dado ao dinheiro. “Não tem o que falar”. Segundo o servidor público, sua condição acabou o prejudicando porque o dinheiro pode ter sido oriundo de algum serviço que ele tenha prestado e que não se lembra. “É uma operação comercial, eu não me lembro. Faz quatro anos! Como você vai buscar na sua memória uma coisa que aconteceu há 4 anos atrás? Agora eu não posso prestar um serviço porque eu sou servidor público?”, questionou.

Marcus Vaillant

Luiz Fernando Flamínio

Flamínio explica que é formado em Direito e que presta muitos serviços de consultoria jurídica para pessoas que moram no interior.

Ao mesmo tempo, ele entrou em contradição, ao falar sobre sua ligação com Claudemir, emissor do cheque que foi parar em sua conta. Ao mesmo tempo em que afirmava não conhecê-lo, disse que conhecia o “Grilo” que, segundo ele, é o apelido de Claudemir. “Eu não conheço o Claudemir, deixei claro. Na verdade, eu conhecia o Grilo. Nunca tive nenhum tipo de relacionamento com ele”, afirmou.

Consta na denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) que Luiz Fernando trabalha na Assembleia Legislativa desde o dia 1º de fevereiro de 2011, ligado ao deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Entre agosto de 2012 a janeiro de 2015, ele foi lotado como chefe de gabinete da 2ª secretaria, época em que Dilmar era o ocupante do cargo de 2º secretário. Posteriormente, exerceu as funções de chefe de gabinete de Dilmar, entre fevereiro de 2015 a janeiro de 2017. Desde fevereiro do ano passado, é consultor técnico jurídico do Núcleo Ambiental da ALMT, cargo cujo salário é de mais de R$ 13,3 mil.

Veja vídeo do momento em que Luiz Fernando Flamínio deixa o Gaeco:

                

Leia também – Gaeco interroga Pedro Henry e assessor de Savi sobre propina no Detran – Veja vídeos

Questionado se chegou a conversar com o parlamentar a quem é ligado após a deflagração da operação Bereré, Luiz Fernando disse que “não tem o que falar”. “Ninguém sabe com quem ele teve contato, quais foram as operações que ele teve negócio”. O deputado não aparece na denúncia.

Questionado se sente vítima da operação Bereré, o servidor confirmou. “Todas as pessoas que estão sendo ouvidas e não têm nada a ver com isso vão ser, mas eu confio na Justiça e estou à disposição da Justiça”, disse. 

Reprodução

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