Taxa básica de juros tem espaço para queda mesmo em períodos de recessão da economia

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Mesmo em períodos de baixo crescimento ou até mesmo de recessão, a economia brasileira tem espaço para redução da taxa básica de juros, a Selic, sem levar a um aumento da inflação, apontou estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta quinta-feira (17).

O levantamento comparou as decisões da política monetária brasileira entre 2003 e 2010 e verificou a relação entre a queda da taxa de juros e o aumento da inflação. A Selic, definida pelo Copom (Comitê de Política Econômica), do Banco Central, é um instrumento a favor do governo para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar a elevação geral dos preços.

O estudo concluiu que os períodos em que a economia brasileira esteve em recessão (crescimento negativo) poderiam ter sido aproveitados para provocar uma queda da taxa básica de juros caso não houvesse outros fatores de estímulo ao desenvolvimento do País. 
 

No período avaliado, se a inflação tivesse sido combatida em fases de crescimento normal da economia por meio de elevações da Selic acima do esperado, os juros teriam tido aumentos muito significativos. 

O Ipea ressalta que as conclusões sobre o período de 2003 a 2010 foram muito específicas ao período e não podem ser aplicadas diretamente em momentos posteriores, como os anos atuais. 

Trajetória da taxa básica de juros

No último dia 18 de abril, o Copom reduziu a Selic pela sexta vez consecutiva. Com a decisão, a taxa básica de juros passou de 9,75% ao ano para 9% ao ano.

A meta para a inflação deste ano é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais. Ou seja, pode chegar a 2,5% ou subir a 6,5%, que mesmo assim estará dentro dos planos do governo.

O corte de 0,75 ponto percentual já era esperado pela maioria do mercado financeiro brasileiro. A redução representa a continuidade de um ciclo de queda dos juros iniciado em agosto do ano passado, quando a Selic recuou de 12,5% para 12% ao ano.

O impacto da Selic

A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida. 

Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes. 

Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.

Juros mais baixos nos bancos

Embora esse último corte ainda não tenha chegado ao bolso do consumidor, os principais bancos de varejo do País reduziram os juros ao consumidor. Desde abril, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander já praticam novas taxas.

 

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