Programa de governo de Marina prevê menor influência do Estado na economia e fim da reeleição

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Texto promete apoio a LGBT e ‘eliminar obstáculos à adoção de crianças por casais 
homoafetivos’

Lançado nesta sexta-feira (29) em São Paulo, o programa de governo da candidata do PSB, Marina Silva, prevê participação menor do Estado na economia e uma reforma política que unifique o calendário das eleições, acabe com a reeleição e adote mandato de cinco anos.

O texto diz que “a situação das finanças públicas e a rigidez do orçamento tornam imprescindível que deixemos de lado a prepotência e o dirigismo para criar as condições necessárias à atração de capital privado”. Em outro trecho, indica que “o governo deixará de ser controlador para tornar-se servidor dos cidadãos”. 

— Deixará de ver o setor público como um fim em si mesmo e como algo superior, quase como o criador da sociedade. O Estado tem de servir à sociedade, e não dela se servir. Ou seja, inverteremos uma lógica dominante nos últimos quatro anos. Partimos do pressuposto de que a sociedade criou o Estado e o governo para servi-la. E não o inverso.

No caso da reforma política, o programa do PSB reforça propostas já antecipadas por Eduardo Campos, a quem Marina substituiu na cabeça de chapa. Entre as mudanças, estão “a unificação do calendário geral das eleições, o fim da reeleição e a adoção do mandato de cinco anos”.

Outro objetivo da reforma política é “propor o fortalecimento dos mecanismos de transparência nas doações para campanhas eleitorais”.

Causa LGBT

O programa de governo também aborda questões como a adoção de crianças por homossexuais, mas Marina se esquivou de falar sobre casamento de pessoas do mesmo sexo. Segundo o texto, “a Constituição de 1988 prega a liberdade e a igualdade de todas as brasileiras e todos os brasileiros sem distinção de qualquer natureza”.

— Contudo, dados da Secretária Nacional de Direitos Humanos mostram que, de 2011 a 2012, os crimes homofóbicos cresceram 11% em nosso país. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, houve 338 assassinatos com motivação homofóbica e transfóbica só no ano de 2012. Tais crimes maculam nossa democracia e ofendem o princípio da convivência na diversidade.

Ao se perguntada se apoiaria o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, como presidente é evangélica, Marina reforçou sua crença no Estado laico, mas não se comprometeu com a proposta.

— Nós temos a clareza e certeza do estado laico, que é uma contribuição dos protestantes, o que muita gente desconhece.

O nosso compromisso é que os direitos civis das pessoas sejam respeitados, e isso está na nossa Constituição.

— Nós queremos o respeito através do Estado tanto para os que creem como para os que não creem. As pessoas têm a sua liberdade individual e a liberdade individual de cada um deve ser respeitada sem que isso signifique qualquer imposição a qualquer que seja o credo religioso.

Entre outras medidas para assegurar direitos e combater a discriminação, estão “apoiar propostas em defesa do casamento civil igualitário”; “eliminar obstáculos à adoção de crianças por casais homoafetivos”; e “incluir o combate ao bullying, à homofobia e ao preconceito no Plano Nacional de Educação, desenvolvendo material didático destinado a conscientizar sobre a diversidade de orientação sexual e às novas formas de família”.

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