Medeiros discorda de nota do próprio partido e defende Bolsonaro

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O deputado federal José Medeiros discorda do seu partido, o Podemos, de que a “ética” foi derrotada dentro do governo do presidente da Jair Bolsonaro (sem partido), por conta da demissão de Sérgio Moro, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.  

 

Em entrevista ao programa Tribuna da rádio Vila Real FM nesta segunda-feira (27), Medeiros evitou endossar a nota da sua legenda. Disse que a saída de Moro teria sido apenas um “mal entendido” entre os dois.  “Ele acabou pedindo pra sair, o ministro acabou pedindo pra sair. Todo mundo do governo pediu pra que ele ficasse”, disse.  

 

A declaração do parlamentar, que é presidente estadual do Podemos e Mato Grosso, destoa da nota da direção nacional da legenda, que afirma que a saída de Moro teria sido uma opção do presidente e representa “o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate à corrupção”.

 

O Podemos tentará filiar Sérgio Moro para disputar a presidência da República em 2022.

 

Medeiros, que é vice-líder do governo na Câmara Federal, também minimizou a saída de Moro e disse que outra pessoa poderá cumprir muito bem a função dentro do ministério.  “Mas do ponto de vista do simbolismo que o Sérgio Moro tem, é uma derrota para o Brasil e de certa forma do governo também”, admitiu.  

 

O deputado também acredita que o fato de Moro ser egresso do Judiciário, lhe faltou habilidade para contornar a situação, já que discordava do presidente em relação a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.  “A política é mais dinâmica, não é cartesiana. Ou é isso ou aquilo, não existe isso na política”, justifica.  

 

Sobre a reclamação de Moro de que Bolsonaro descumpriu o acordo de “carta branca” para que o ex-ministro pudesse comandar sua equipe, o deputado bolosnarista disse foi cumprido, já que o ex-ministro tinha “autonomia” para trabalhar.  

 

Centrão  

José Medeiros também negou que o presidente tenha partido para o “toma lá, da cᔑ, com o chamado Centrão dentro do Congresso. Medeiros diz que o Centrão está magoado com Bolsonaro por ele não ceder cargos aos partidos.  

 

“O presidente é muito atacado porque ele não faz esse toma lá, da cá. A pressão existe, mas eu não vejo o governo cedendo. Se tivesse toma lá, da cá, teria uma paz, o presidente não estaria sofrendo essa pressão”, argumentou.  

 

Veja a nota do Podemos:  

 

“O combate à corrupção está no coração e na alma das aspirações nacionais. A Justiça é uma necessidade humana incontornável e, na sociedade política, deve figurar sempre como prioridade. Nesse campo, Sérgio Moro foi um verdadeiro titã e, pelos serviços prestados, já deixou marca inapagável na história institucional do país. O preço de uma sociedade mais justa é a luta permanente. A saída do ministro Sergio Moro do governo, uma opção do Presidente da República, representa o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate à corrupção. É a derrota da ética”.

 

Fonte: Gazeta Digital

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