Nova Santa Helena: mãe se desespera com demora no atendimento à filha de 5 meses, invade sala de secretário e é presa pela polícia

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Diante de uma suposta demora e da falta de respostas adequadas para o problema de saúde da filha de apenas cinco meses, Naiane de Alcântara Mattos invadiu a sala do secretário municipal de Saúde de Nova Santa Helena, Luiz Fernandes Pereira da Silva, e acabou presa pela Polícia Militar nesta segunda-feira (31.08).

A mulher filmou toda a ação e o vídeo viralizou nas redes sociais. Ela solicitava ao secretário um documento confirmando que a pasta não tinha condições para atender as necessidades da criança, que tem toxoplasmose congênita e é especial.

Ela foi conduzida até o batalhão da PM de Nova Santa Helena e, de lá, à Delegacia de Polícia Civil de Itaúba. “Na polícia, ele [o secretário de Saúde Luiz Fernandes] falou pra mim que não aceita barraco e que eu iria presa mesmo, que ele iria mostrar pra mim como se faz. Ele chamou a advogada dele, chamou as outras meninas [da Secretaria de Saúde]. Eles ficaram usando o poder deles para me humilhar lá dentro da Delegacia”, relata. “Só tinha eu lá, sozinha, para defender o direito da minha filha”, relatou a mãe à equipe de reportagem TV Nova Visão, de Colíder.

Ainda na Delegacia, onde foi registrado um boletim de ocorrência, Naiane tirou uma foto de todas as pessoas presentes no local e postou nas redes sociais. “O polícia confiscou o meu telefone dizendo que a delegacia não era cabaré. Aí ele falou: ‘bota ela lá trás [da viatura] e acelera nesses quebra-molas’. Eu fui atrás igual um criminoso, igual um ladrão, um bandido, sendo que eu tinha o meu direito de estar reivindicando as coisas da minha filha”, diz.

OUTRO LADO

O secretário Luiz Fernandes Pereira da Silva se defende. “Ela não saiu e estava muito exaltada, falando palavras de baixo calão, humilhando nossos servidores públicos. Aí, a gente chamou a polícia para manter a ordem. A polícia veio. A gente, eu e ela, se deslocou à Delegacia. Chegando lá, ela desacatou os policiais. Por isso, ela foi presa”, explica.

Com relação ao documento exigido por Naiane, Luiz Fernandes diz que a emissão estava sendo analisada pela assessoria jurídica da Prefeitura de Nova Santa Helena. “O que ela pediu a gente ia fazer. Todo documento público é analisado pelo jurídico. Após isso, a gente dá andamento e responde por escrito ao interessado”, afirma.

O secretário garante ainda que a Secretaria Municipal de Saúde tem condições de prestar o atendimento especializado que a criança necessita. “Tem condições, sim. Inclusive, ela estava solicitando um neuro. Nós temos convênio com o Consórcio Intermunicipal de Colíder, no qual a filha dela já passou pelo médico. Ela queria uma exclusividade, que era a doutora Rossana, em Colíder, e a doutora Rossana, porque questões de preços, não se enquadra dentro da competitividade da licitação pública do consórcio”, justifica Luiz Fernandes.

POPULAÇÃO REVOLTADA

A prisão de Naiane deixou a população de Nova Santa Helena indignada. Vários moradores se solidarizaram com a situação de Naiane e oferecem ajuda. “Estão doando medicamentos, doando leite, doando fralda, doando roupa, doando exames… Então, a minha filha está passando bem agora porque a população está ajudando até com rifa. Quem sente vontade de vir aqui na minha casa, ajuda. E eu agradeço muito. Mas a população está bem irritada com tudo isso e está me ajudando para eu não perder as consultas dela”, pontua.

CEGA E SEM MOVIMENTOS

A toxoplasmose congênita está comprometendo a visão, a parte neurológica e os movimentos do lado esquerdo da criança. “Mais para frente, ao completa um ano, dois anos, pode acontecer de não funcionar um lado do corpo. Foi o que a doutora me disse”, relata a mãe à TV Nova Visão.

“Então, eu tinha que correr contra o tempo. E foi o que fui fazer na secretaria, pegar o secretário de jeito para ele dar sequência nas coisas”, explica a mãe. “Ele disse que, se eu quisesse ajuda do município, eu tinha que entrar via Promotoria [Pública]. Assim, eles poderiam fazer uma compra e executar o atendimento porque, por enquanto, não tinha no Consórcio [Intermunicipal de Saúde] esse serviço”, acrescenta.

Segundo Naiane, a Promotoria pediu uma declaração de que o município não possui os meios necessários para atender a criança. “Porque a Promotoria vai exigir que o Estado e o nosso município paguem tudo o que a minha filha precisa. Até agora não consegui”, explica.

A criança precisa de atendimento especializado a cada quinze dias para estimulação visual e fisioterapia. “A minha filha enxerga pouquinho, nem dez por cento. Por isso, eu preciso correr atrás. Se a minha filha enxergar, pelo menos, vinte por cento já é um lucro para mim. Eu preciso ajudar a minha filha. Eu faço outro vídeo daquele se eles não me atenderem”, afirma.

Quem quiser contribuir com algum tipo de ajuda ou comprar a rifa online, deve ligar para o fone (66) 98451-8568. O prêmio da rifa é uma novilha.

Assista a seguir à reportagem da TV Nova Visão, canal digital 5.1.

 Redação

https://www.youtube.com/watch?v=G2Xn0Ps1gzk

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