O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta terça-feira (15)
que o governo não vai suspender reajustes das aposentadorias e do Benefício de
Prestação Continuada (BPC) – auxílio pago a idosos e pessoas com deficiência de
baixa renda. O presidente descartou também a criação do programa Renda Brasil
até 2022 – iniciativa que estava em estudo para expandir o alcance e suceder o
Bolsa Família, que é pago a famílias que estão em situação de pobreza extrema e
miséria.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro citou
notícias que dizem que a intenção do governo é congelar as aposentadorias para
garantir recursos para o Renda Brasil. “Eu já disse que jamais vou tirar
dinheiro dos pobres para dar para os paupérrimos. Quem por ventura vier a
propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para
essa pessoa. É gente que não tem um mínimo de coração, não tem o mínimo de entendimento
como vivem os aposentados do Brasil”, disse.
De acordo com o Bolsonaro, “pode ser que alguém da equipe
econômica tenha falado sobre este assunto”, mas que seu governo “jamais” vai
congelar salários de aposentados ou reduzir o BPC “para qualquer coisa que
seja”. “Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil,
vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, destacou.
Em junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a
intenção do governo em criar o Renda Brasil após a pandemia do novo
coronavírus, com a unificação de vários programas sociais. Desde então, a
equipe econômica e o Palácio do Planalto têm discutido a fonte de recursos para
financiar o novo programa social.
Na semana passada, Bolsonaro descartou o fim do
seguro-defeso como forma de garantir o programa de renda permanente. Em
agosto, ele também já havia anunciado que a criação do Renda Brasil estava
suspensa porque não aceitaria eliminar, em troca, o abono salarial,
espécie de 14º salário pago aos trabalhadores com carteira assinada que recebem
até dois salários mínimos.
Agência Brasil