Facções pagam R$ 20 mil por celular entregue nos presídios

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Aline Almeida

Gerenciamento de facções, ordenamento de crimes, tudo feito por trás das grades. Celulares nos presídios tornaram-se aliados de criminosos e ferramenta para continuar o “império” das organizações. A entrada de um aparelho dentro de uma unidade prisional em Mato Grosso pode custar R$ 20 mil para um preso. No entanto, o custo é irrisório frente à “utilidade”. Desde golpes, roubos e até mortes são possibilitados por meio de celulares. A luta para impedir a entrada dos aparelhos já resultou em 511 apreensões somente neste ano. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

 

“Celular dentro de uma unidade prisional é considerado um armamento, tão potente quanto uma arma de fogo nas mãos de um criminoso”. A confirmação é do delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Frederico Murta.

 

O delegado destaca que o criminoso dentro de uma cela tem muito tempo ocioso. Tempo para bolar golpes, determinar ações do lado de fora, ordenar a prática de crimes violentos. “É praticamente impossível mensurar o impacto de um celular nas mãos de um criminoso dentro de uma unidade do sistema prisional”, diz.

 

Retirar os aparelhos das mãos dos presos, conforme Murta, é impedir que a comunicação ocorra. Consequentemente, refletindo na segurança do lado de fora. O delegado salienta ainda que apreender um celular traz prejuízo à organização. Não apenas em razão do valor que o preso gastou para o telefone entrar. Mas, sim, o impacto financeiro que vai causar pelo que os criminosos vão deixar de arrecadar com golpes e crimes.

 

Com relação às buscas de novas formas de entrar com ilícitos nas unidades, Murta diz que só demonstra que tem sido efetivado o combate. Por isso as tentativas de burlar a segurança.

 

O delegado avalia que a coerção tem sido feita. Destaca que o sistema prisional tenta combater a inserção desses equipamentos ilícitos nas unidades. “Porém, é praticamente impossível impedir por completo a entrada de um aparelho. Porque, se evitar uma forma de entrada, vão buscar outras. É um trabalho muito difícil”.

 

Frederico Murta complementa dizendo que um importante passo foi dado com a retirada de energia das unidades prisionais, como na Penitenciária Central do Estado. Outra ação defendida é a implementação de bloqueadores como alternativa para combate. “Muita coisa tem sido feita. Mas o combate precisa ser mais eficaz, já que os celulares continuam entrando. Tem que estudar forma de estar sempre um passo à frente”, assevera.

 

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