Empresário cuiabano se cala e CPI decide quebrar seu sigilo telefônico

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Pablo Rodrigo/GD

O cuiabano Danilo Berndt Trento, filho do empresário Arlindo Trento Júnior, dono do extinto supermercado Trento, teve o sigilo telefônico quebrado durante o seu depoimento na CPI da Pandemia no Senado Federal nesta quinta-feira (23).  

 

O depoente aproveitou do habeas corpus que conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF), que o permite permanecer em silêncio para não se incriminar, e não tem respondido aos questionamentos feitos pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).  

 

Após o silêncio, os senadores solicitaram a quebra de sigilo telefônico que foi apresentado durante o depoimento e foi aprovado por unanimidade.  O pedido também se estende ao irmão de Danilo, Gustavo Trento, que também atua nas empresas do irmão.


 

Trento afirma que é diretor executivo e não sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, que tem como dono o empresário Francisco Maximiano.   O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que Danilo Trento chegou a movimentar mais de R$ 2 milhões por mês em suas contas no último ano. O valor foi considerado incompatível pelo órgão.  

 

De acordo com o relatório encaminhado à CPI da Pandemia no Senado, Trento movimentou por mês R$ 1,8 milhão em suas contas empresariais e R$ 198 mil por mês em contas de pessoa física. Tais valores foram considerados incompatíveis com a renda declarada, já que Danilo Trento informou possuir ganhos mensais de R$ 2,4 mil, e o faturamento de sua empresa, a Primarcial Holding, seria de R$ 3 milhões por ano.  

 

O órgão também teria identificado várias transações recentes, de junho de 2020 a junho de 2021, entre a empresa de Danilo e a 6M Participações, controlada pelo empresário Francisco Maximiano. Danilo recebeu R$ 9,6 milhões da 6M em 73 transferências nesse período.

 

No mesmo intervalo, porém, fez de volta a empresa 14 transações, totalizando um débito de R$ 2 milhões de sua conta.  

 

Danilo Trento é investigado na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo no valor de R$ 1,6 bilhão, que contou com intermediação da Precisa, da qual é suspeito de ser ‘sócio oculto’ do empresário Francisco Maximiano, e pela tentativa de destravar o processo de compra de 12 milhões de kits de reagentes para exames de covid-19 dentro do ministério da Saúde.

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